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O Corcunda de Notre Dame

  • Foto do escritor: Nina & Alice
    Nina & Alice
  • 12 de fev. de 2018
  • 13 min de leitura



Antes de começar a resenha, gostaria de explicar brevemente como eu sigo este processo. Ele sofreu alterações ao longo de toda a minha caminhada como resenhista - quando escrevia em blogs, postava no Skoob, escrevia para amigos e outras pessoas que buscavam recomendações - levando em consideração que eu amadureci bastante nesse aspecto. De fato, no começo eu era uma garota que amava ler e escrever e também dar opiniões sobre os livros que eu havia terminado recentemente (mesmo que isso implicasse falar sozinha e ser a minha própria ouvinte, o que não era tão ruim na verdade). Contudo, depois de tanto tempo resenhando, percebi que apesar de uma "conversa honesta e normal" sobre os livros, durante a resenha, os leitores não queriam apenas isto: querem informações de fato sobre as edições, a escrita, o autor, a ficha técnica, etc.

Por isso, criei um passo fundamental para começar a minha resenha: escrevo uma "ficha catalográfica simplificada" com informações básicas sobre aquele exemplar - sua edição - e sobre a obra, num geral - como o ano de sua primeira publicação, sua editora original, etc. E quando acabo a resenha, após todas as minhas considerações finais sobre a leitura, dou "pontos" de 0 a 5 para diversos aspectos que podem mudar dependendo do gênero e do tipo de livro (e-books versus livros físicos, ou quadrinhos X livros, por exemplo). Normalmente, os critérios fixos são: 1) NOTA GERAL, 2) ENREDO, 3) ESCRITA, 4) PERSONAGENS, 5) CENÁRIO & AMBIENTAÇÃO, 6) EDIÇÃO DO LIVRO, 7) TRADUÇÃO ou REVISÃO e 8) CAPA. Já os variáveis podem ser referentes à comentários, ilustrações, legendas e até traços (no caso de quadrinhos). Também gosto de adicionar algumas fotos do livro, para mostrar todos os aspectos visuais!

Só que eu pretendo avisar que não faço uma análise "fria" sobre o livro, e também não totalmente parcial. Levo em consideração o autor - caso já o conheça - e talvez até edições anteriores, caso o livro tenha passado recentemente por revisão. Portanto, há muitas opiniões minhas sobre diversos aspectos e, claro, sobre o final (mas sem qualquer sinal de spoiler!).

Depois de tantas considerações... vamos para a resenha!

AUTOR: VICTOR HUGO

EDITORA: ZAHAR (2013)

TRADUTOR: JORGE BASTOS

ORIGINAL PUBLICADO EM 1832 (8ªed)

LIDO EM 13/12/2017

" [...] Faz-se hoje trezentos e quarenta e oito anos, seis meses e dezenove dias que os parisienses foram acordados ao som de todos os sinos, a plenas badaladas, na área que compreende a Cité, a Universidade e a Cidade".

Já havia lido anteriormente Os Miseráveis, do Victor Hugo , com o qual tive um deslumbramento literário incomparável. A edição do livro produzida pela CosacNaify (luto) e traduzida por Frederico Ozanam Pessoa de Barros (versão box de colecionador) é simplesmente encantadora e faz o leitor perceber o quão deliciosa é a sensação de degustar um livro e sentir a escrita de um autor inebriar toda a sua mente. Naquele livro me apaixonei perdidamente por Victor e suas descrições extremamente - ou exageradamente - detalhistas. De tão bem escritas, fazem a leitura se tornar ainda mais suculenta e voar rápido até demais.

Esperei, portanto, o mesmo quando comprei a linda edição de O Corcunda de Notre Dame (cujo título original era Notre Dame de Paris), da Editora Zahar, contendo comentários e ilustrações. Infelizmente, já devo adiantar que não obtive o mesmo efeito do anterior, mas acho que culpo mais a mim mesma do que à tradução em si - e é importante ressaltar que Corcunda fora publicado inicialmente por capítulos em um jornal, além de ter sido postergado durante anos até Hugo realmente escrevê-lo e publicá-lo; além de Os Miseráveis ser posterior a este. Também comecei a leitura em uma época cheia de trabalhos e projetos, e não me dediquei tanto quanto gostaria ou como pude com Os Miseráveis.

O que falar sobre a história de O Corcunda de Notre Dame? Na verdade, boa parte da história já é velha conhecida do público num geral: um jovem corcunda que vive preso em uma igreja, apesar vendo a vida passar, até que aparece uma linda cigana - afrontosa e decidida - com sua carismática cabrinha. A partir de então, o corcunda resolve sair e passa por diversas humilhações e agressões verbais (mas é veementemente defendido pela cigana, Esmeralda), e ao final tudo fica bem; a população aprende que preconceito é errado e não devemos julgar os outros por suas aparências, Quasímodo vive feliz para sempre em sua torre e a cigana Esmeralda casa com o belo cavalheiro corajoso que a defendeu desde o princípio.

Este foi o roteiro da adaptação da Disney, de mesmo nome, produzida em 1996. E, sinto dizer, apesar de muitos pontos serem extremamente fiéis ao clássico de Victor (o que eu considerei relativamente ousado, porque deixou o filme bastante sombrio), boa parte não tem absolutamente nada a ver e todo este enredo apresentado acima não se parece em nada com o original.



No clássico de Victor Hugo, acompanhamos a vida do jovem Claude Frollo em sua insaciável sede por conhecimento. Aprendemos sobre hermética, astronomia, medicina e todas as ciências possíveis de serem estudadas na faculdade da época, e observamos o desenvolvimento do personagem bem como da cidade em si. Descobrimos os costumes de Paris, os feriados religiosos e especialmente toda a organização estrutural da cidade - com suas torres de catedrais, vielas estreitas e tortas e casinhas de telhados escuros. Todos os problemas nos são mostrados através da visão de Frollo, que não poderia ser pior. Os ciganos são bandidos mal vestidos que estão envolvidos com bruxaria má, e o povo é ignorante e pecador; tudo o que não busca conhecimento é inferior, e suas almas precisam ser salvas pelo Senhor Deus.

Toda essa visão é mesclada com a narrativa de Gringoire, um filósofo escritor fracassado que logo na primeira cena de livro tenta fazer com que sua peça seja dramatizada no feriado santo de Notre Dame - contudo, infelizmente, ninguém dá a mínima e todos preferem beber e gritar palavrões na rua, vendo a cigana dançar.

Dessa forma, durante uma grande parte da leitura ficamos nos indagando sobre o Quasímodo - afinal de contas, o filme da Disney logo mostra que toda a história gira em torno do corcunda. E onde ele estaria? Bem, basicamente todo o enredo é criado muito antes do surgimento do personagem; os problemas, as explicações para atitudes de personagens, boa parte da trama que será importante para o desenrolar da leitura só acontece antes sequer do nascimento do Quasímodo. As explicações para os problemas aparecerem vêm antes, e os problemas aparecem junto com o corcunda e a cigana. A partir daí, o livro obedece a um desenvolvimento lento e brilhante.


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Acredito que o fato de Quasímodo só surgir muito depois, talvez lance uma dúvida em relação aos personagens: quem, afinal, é o protagonista? Quasímodo, mesmo aparecendo muito depois do começo da história? Seria Frollo? Seria Gringoire? Talvez a cabra?

A questão do protagonismo do livro é bastante curiosa. Interessantemente, nenhum dos personagens acima parece ser o protagonista. O próprio Quasímodo absolutamente não tem o mesmo destaque que no filme. O que parece é que, como o título original sugere, a grande estrela é a própria catedral e seu olhar que nada deixa escapar. Tudo ocorre ao redor, dentro ou em função de Notre Dame - afinal de contas, você pode até iludir-se de que não vai ter remorso amanhã, mas não vai conseguir desviar nem fugir desse olhar; o olhar de Notre Dame.

Num geral, todos os personagens são muitíssimo interessantes. É característico de Victor Hugo criar pessoas que sejam profundas e complexas em todas as suas faces - e mesmo quando parecem muito superficiais, continuam sendo de difícil entendimento. Todos são bastante curiosos, e a forma como lidam uns com os outros é ainda mais complicada: uma teia de relações e histórias, que se misturam, confundem e completam. Os personagens são citados por outros a todo momento, relembrando de acontecimentos passados há muitas décadas antes; seus nomes completos, títulos e apelidos são evocados em situações completamente "aleatórias" quando nem imaginávamos que haveria possibilidade de existir uma lembrança ou história a ser contada. Isso, inclusive, é uma característica bastante determinante do autor: Victor costuma sempre misturar, em suas histórias, lembranças envolvendo personagens e locais que parecem não ter a menor relação com o enredo original - mas que, ao fim, são fundamentais para compreender os acontecimentos "atuais".

Parece que não, mas muitos personagens aparentemente irrelevantes se tornam peças fundamentais para todas as consequências que se seguirão no livro. E inclusive muitos verdadeiramente sem importância são usados para contar lendas ou momentos passados que têm relevância na história - essa é uma técnica que o autor também usa em Os Miseráveis e que eu achei bastante interessante, aliás.

Pode parecer um tanto quanto confuso? Talvez. De fato, são muitos personagens e nem todos são importantes (na verdade, importantes mesmo, podemos contar nos dedos), e acabamos confundindo todos aqueles nomes, títulos e afins, e no final das contas estamos tão perdidos quanto Gringoire. Muitas figuras históricas também são citadas no texto, conferindo veracidade ao que os indivíduos fictícios estão dizendo, e é preciso mesmo ler as notas de rodapé - caso contrário, é muito fácil se perder nessa leitura e não entender absolutamente nada do que é passado.

Inclusive, há duas questões problemáticas nos livros do Victor Hugo envolvidas nisso: o autor é muito local, e vive citando fatos, locais, ruas, personalidades históricas, que somente outras pessoas locais poderão entender de primeira - para nós, de fora, é preciso recorrer às notas de rodapé que estão ali, ainda bem. E, em segundo lugar, o autor constrói falas muito absurdamente gigantescas contendo milhares de informações que nem sempre são relevantes para a história. São diálogos (e às vezes monólogos) que tomam metade de uma página, fazem referências a três, quatro personagens completamente aleatórios, e contam duas ou três histórias muito antigas que nada têm a ver com o enredo principal - tudo para, ao final, ligar a primeira pessoa citada à última, e mostrar que um dos fatos citados tinha, sim, relação com a situação do momento (mas nem sempre diretamente).

Acho que para muitas pessoas esses dois fatores serão decisivos para achar o livro entediante, na maior parte das vezes, ou não. Admito que mesmo sendo uma grande fã da escrita do Victor, fiquei um tanto quanto perdida em boa parte dos "monólogos" gigantescos e tive que ler algumas falas mais de uma vez. Especialmente porque todos os locais/personalidades citados estão escritos em francês, então muitas pessoas podem se enrolar bastante - e ficarem confusas e acharem o livro maçante.

Quanto a evolução dos personagens, digo somente que segue a mesma linha de Os Miseráveis - para aqueles que leram o livro - ou seja: o autor coloca detalhes muito sutis em vários momentos, denotando mudanças muito suaves nas personalidades e caráteres. Observamos muito aos poucos as mudanças de pensamentos, os novos pontos de vista e as novas decisões a serem tomadas - muitas vezes sendo totalmente diferentes do que alguns personagens propunham no início da história (o que é impressionante, porque somos levados muito aos poucos para esse momento e quando percebemos... BANG! O fulano de tal está completamente diferente). Exatamente como acontece quando moramos com nossa família: anos e anos convivendo para só depois de muito tempo notarmos que, realmente, nosso irmão mais novo agora é muito maior e tem barba. Tão de repente!


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O problema das falas muito detalhadas se repete também nas descrições, como um todo. Ao longo do livro, nota-se uma paixão grande do autor por arquitetura. As descrições urbanas e arquitetônicas ocupam páginas e capítulos inteiros. Assim como acontece em Os Miseráveis (com o famoso capítulo unica e exclusivamente para a descrição dos esgotos de Paris), o autor separa capítulos apenas para escrever sobre a cidade de Paris e seus cantos, ruas, vielas, segredos obscuros. Da visão de Quasímodo, observamos todos os pontos da cidade, seus portões que guardam entradas e saídas e aprendemos, especialmente, os nomes franceses - importantes ou não - relacionados à construção histórica do livro. Apaixonado/exagerado como sempre, Victor Hugo descreve a ordem urbana desde casas até suas telhas e ranhuras, seus habitantes. O autor também chega a comentar sobre a história dos edifícios e com ironia introduz todas as "quimeras" - monumentos antigos restaurados usando arquitetura da época - os quais Victor odeia mortalmente.

Para quem ama arquitetura e história, como eu, tais partes são simplesmente apaixonantes. Para aqueles que não são tão fãs, o ponto positivo é que apesar dos detalhes de cenários serem muito constantes, são mesclados ao enredo - e nem sempre são essenciais.

Mas, claro, é preciso um bom preparo psicológico para enfrentar essas longas e intermináveis descrições (e os monólogos) sem desistir da leitura ou ficar entediado.


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No geral, o livro é uma poesia, uma verdadeira obra de arte (incentivando ainda mais minha vontade de ler o original em francês). De certa forma, entendo a "preocupação" do autor em dar milhares de detalhes: quer que os leitores se sintam em Paris; vejam Notre Dame, ouçam Quasímodo no telhado; sintam os cheiros dos festivais e perfume cigano e, especialmente, sejam os personagens. É por conta disso que Victor dá descrições tão detalhadas (ou 'exageradas') sobre tudo e todos. E, de fato, acredito que ele tenha conseguido! Durante toda a leitura é difícil não sentir o clima antigo, pesado e complexo que nos cerca a todo momento; guardas reais, cavalheiros bêbados, donzelas frescas e insuportáveis, ciganos exóticos e ladrões, vielas tortas e escuras, o frio, o vento, o olhar da catedral sobre nós.

A ambientação vai, então, muito além do cenário - que ele faz questão de descrever até as ranhuras das casas (detalhes esses que, para entender bem, é preciso ler com atenção - se quiser, veja um mapa de Paris de 1832! É bem interessante, aliás). Nós realmente nos sentimos dentro do livro. Todo esse clima forte cai no leitor como uma névoa pesada, e é tão difícil se adaptar inicialmente a ela, quanto sair, ao final da leitura.



A história, em si, é bastante interessante e complexa. Como eu disse, há vários pontos muito importantes que são citados no começo, muito antes da existência de Quasímodo. Há vários acontecimentos paralelos e situações que se entrelaçam bastante durante toda a leitura, sendo que todos os "problemas" de cada personagem acabam se encontrando ao final - o que também acontece em Os Miseráveis. Acredito que desde O Corcunda de Notre Dame, Victor tivesse em mente o fato de que as vidas das pessoas, no geral, sempre se esbarram e caem em coincidências (destino?) finais decisivas para o protagonista, em si - a sua "grande questão"; seu problema é maior do que o de todos, no geral, e todos os outros personagens giram ao seu redor.

Apesar de genial, algumas questões não foram tão originais assim. De fato, achei alguns momentos da história (e revelações, inclusive) bastante previsíveis e clichês, e eu acabei adivinhando assim que foram citados pela primeira vez. Claro, soluções muito criativas, mas de fato um tanto quanto... repetitivas. Fora isso, o desenrolar da história e a forma como a trama se mostra ao leitor... São detalhes simplesmente genais; Victor começa cenas usando personagens ou cenários completamente irrelevantes, e muitas vezes acaba por fazer grandes revelações ao público (claro que em alguns momentos ficamos meio perdidos, "o que diabo está acontecendo aqui? Cadê os personagens de antes?", mas depois entendemos tudo e só conseguimos ficar boquiabertos).

O final, inclusive, é bastante chocante. Ele é completamente compreensível, mas ainda assim... Chocante.

O enredo trás questões importantíssimas para debate que de certo fizeram o público de Victor Hugo se questionar bastante. A própria questão do Quasímodo (sua humilhação por ser corcunda - e surdo!) deve ter levado à tona o preconceito com pessoas deficientes / julgamento pelas aparências. Inclusive, esse é o principal tema do filme da Disney. É difícil não comparar um ao outro, mas alguns pontos são muito interessantes de serem notados: o filme tem Esmeralda como uma personagem forte, determinada e que luta por direitos iguais a todos - defendendo Quasímodo desde seu primeiro encontro com o corcunda - contudo, no livro, a personagem é submissa e frágil, completamente passiva às vontades de Frollo e Capitão Phoebus! O que é verdadeiramente curioso, porque Victor já escreveu personagens femininas muito fortes - só lembrar de Fantine - e aparentemente Esmeralda só era uma cigana jovem com medo. Acredito que isso dá alguns pontos para o filme da Disney, que teve oportunidade de lançar uma personagem feminina super decisiva para os acontecimentos finais, o que foi importante para a questão de representatividade.

Já o Quasímodo, por exemplo, permanece quase o mesmo exceto por um detalhe muito importante: é quase totalmente surdo. Além de tudo, só conheceu a maldade e humilhação, a selvageria humana que insiste em abusar de suas condições físicas e rejeitá-lo de forma agressiva. Sem piedade alguma, Corcunda não recebeu outra coisa além de ódio, gritos e caras feias; bocas se movendo e soltando xingamentos gratuitos que nunca seriam ouvidos - apesar de sentidos. Apesar disso, o jovem monstro é uma criatura de voz suave e muita gentileza em seu coração. Retribui os gestos de maldade e loucura porque era somente o que conhecia. Com o passar da história, lemos cenas comoventes de Quasímodo e poderemos, finalmente, responder ao enigma de quem é o monstro (e o homem, quem é?) aos sons de Notre Dame.



Entre filme e livro, além das questões de personagens, acho que eu deveria dizer que a adaptação da Disney é bastante fiel à ideia principal do livro e a vários pontos importantíssimos do roteiro. Eu separei alguns pontos que foram cruciais para a construção da história de cada personagem e a final, e curiosamente todos estavam no filme da Disney! Não houve um único ponto que ficou de fora. Claro que foram adaptados para uma versão infantil, caso contrário, ficaria ainda mais sombrio do que já estava (risos). Mas, mesmo assim, os acontecimentos estavam ali, e justificavam as consequências finais. Também é claro que o "final feliz" é uma característica Disney e que obviamente não é assim no livro do Victor Hugo, mas essa mudança é bastante compreensível.

A edição da Zahar é uma pequena obra prima de capa dura. A linda ilustração, toda a formatação, e especialmente o trabalho da editora de reviver os clássicos e dar um pouco de vida e pensamento dos autores aos leitores, são pequenos feitos da editora que me fazem gostar muito de suas coleções. É de fato um lindo trabalho que fizeram, ressuscitando grandes clássicos infantis ou adultos, e devo confessar que uma de minhas metas literárias e ter em minha estante todas as obras da Zahar. Vale o dinheiro que cobram (talvez não a edição de bolso, mas a grande com certeza vale à pena).


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Hugo encanta e surpreende ao final, comovendo seus leitores e transformando suas vidas. Recomendo O Corcunda de Notre Dame e pretendo ler o original em francês um dia. Ressalto apenas a preparação psicológica para o mergulho profundo demais que a história exige; pode parecer muito cansativo, mas é tão encantador que impede que o leitor desista totalmente.


" [...] todos esses fenômenos viriam de Quasímodo. O Egito veria nele o Deus daquele templo; a Idade Média acreditou estar lá o diabo. Ele era, em todo o caso, sua alma.

A tal ponto que, para quem teve conhecimento da existência de Quasímodo, Notre Dame se mostra hoje deserta, inanimada, morta. Sente-se que algo desapareceu. Aquele corpo imenso está vazio, é um esqueleto; o espírito a deixou e o que se vê ali é apenas o edifício, nada mais. É como um crânio que apresentasse ainda buracos para os olhos sem, no entanto, olhar algum". p. 168.

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